quinta-feira, 18 de outubro de 2007

NOSSO PATRONO "GUIDO THOMAZ MARLIÈRE"

Nasceu em Jarnage, Departamento de Creuse, antiga Província de Marche, a 3 de dezembro de 1767. De uma família monarquista, após estudar humanidade e filosofia, entrou para o exército francês, aos 18 anos. Sobreviveu à Revolução Francesa e à era Napoleônica. Lutando contra as forças revolucionárias, vencido, fugiu, com os militares para a Alemanha, integrando-se à legião realista do Visconde Mirabeau, formada de imigrantes. Bateu-se valentemente, foi ferido na Batalha de Bertscheim. Passou a fazer parte do Regimento de Mortemart. Derrotado por Napoleão, seguiu o Regimento para a Inglaterra, sendo enviado pelos inglese a Portugal, em 1797, para defender as terras lusitanas de possível invasão napoleônica. Criada em Lisboa, a Guarda Real de Polícia a Pé e a Cavalo, para ela entra Guido Marlière em 1802, como Porta Estandarte. Começa aí, sua vida no Exército Português. Alferes em 1807, acompanhou depois a Família Real na fuga para o Brasil. Em 1810 foi promovido aTenente ; Capitão e Diretor geral dos Índios em 1916; Major em 1821, Tenente-Coronel em 1823 e comandante de todas as Divisões do Rio-Doce; e finalmente, Coronel de Cavalaria em 1827. Reformado em 1829.
Enviado em 1813, para pacificar o Presídio de São João Batista (Visconde do Rio Branco), conseguiu apaziguar as tribos Kropós, Croatas e Puris, trazendoa-as à civilização. Continuou com seus soldados a abriri estradas, varando florestas virgens, na antiga "Mata" , muito mais vasta que a atual, que vinha do Jequitinhonha, pela zona siderúrgica, a São Domingos do Prat. Abre campo, até Rio Pomba indo pelo Vale do Rio Doce e do Jequitinhonha, atingir os rios Mucuri e São Mateus, numa imensa região desconhecida e perigosa, pela presença de indígenas antropófagos.. É pasmoso verificar que Marlière conseguiu pelo espírito de retidão e justiça, pela mansidão e amizade, o em que outros falharam, pelas armas. Seu processoa era dar alimentos e ferramentas aos índios, ensinar-lhes a agricultura, aprender-lhes a língua e atraí-los ao adiantamento. Tinha amor aos selvagens. A pacificação e aldeamento dos Botocudos, ferozes e devoradores de carne humana, foi, sem contestação, a maior conquista de Guido Marlière. No entanto, sua obra civilizadora abrange centenas de tribos, além dos Puris, Kropós, Croatas, Nacnenuques, malalis, Manhuaçus, Gracnuns, Quejaurins, Machacalis e outros. Numerosas povoações e municípios resultaram dos aldeamentos indígenas de Marlière, entre os quais citamos os seguintes: GUIDOVAL, VISCONDE DO RIO BRANCO, GUIRICEMA, CATAGUASES, SÃO GERALDO, MURIAÉ, MIRAÍ, ASTOLFO DUTRA, CONSELHEIRO PENA, GOVERNADOR VALADARES, PROCRANE, TARUMIRIM, RESPLENDOR, SÃO DOMINGOS DO PRATA, MESQUITA, MARLIÉRE, JAQUARAÇU, JEQUITINHONHA, etc. Marliére falava várias línguas , como o francês, alemão, ingl^s, português, o tupi, a áspera linguagem dos tapuias. Sobre costumes e lendas dos silvícolas, escrevia nos jornais de Vila Rica, "a abelha do itacolomi" e o "UNIVERSAL" Maçom de alto gabarito, Guido era, em 1821, Venerávelda Loja "MINEIROS REUNIDOS" , de Vila Rica. Fundado o GRANDE ORIENTE DO BRASIL no dia 16 de junho de 1822, incontinente Marlière pediu filiação, ao mesmo, do Oficina Mineira. A integraçãofoi deferida, como consta da Ata da Sessão nº 8. de 31 de julho de 1822, do Grande Oriente do Brasil. Foi, dessa forma, a primeira Loja do interior a se filiar, cerca de um Mês apenas após a criação da Potência Maçônica, revelando o zelo e a atividade de Guido. Em vista dessa integração, Marlière foi nomeado o primeiro Delegado do Grande Oriente do Brasil na Província de Minas Gerais. Retirando-se para sua fazenda GUIDWALD, no atual municipal de Guidoval, antigo SAPÉ DE UBÁ, Marlière faleceu a 5 de junho de 1836, ante a constetação geral e lágrimas dos selvagens.

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